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Uma arte das aparências, das aparições. De materiais e de processos, de encontros e esquecimentos, mas sobretudo uma arte das aparições. Para os gregos, aquilo que aparece, o não-esquecido (aletheia), era próximo do que hoje entendemos como verdade. Mas o que aparece é também conformado pelo que sabemos ver. E aí mora um mistério. Habitamos repertórios, fantasmas e fantasias, em grande parte inconscientes. Para além do fenômeno físico, ver pode significar tomar consciência. Coisa difícil, porque a princípio não tem forma, não está pronta, não está à venda. Pode surpreender, pode ser um problema, pode ser um achado. Ver, como desenhar, é um caminho e a experiência única de percorrê-lo: aberto e limitado, lento e repentino, estranho e familiar, preciso e impreciso. Em termos espaciais, a mesma visualidade implica o corpo e o lugar. A propósito, o pensamento é um lugar?



































